quarta-feira, julho 19, 2006

Anotações Soltas

“ (…) Só a realidade conta, vale e pesa. A realidade é ser António José da Silva, o Judeu, um rei, no Teatro do Bairro Alto. Um rei! O povo ama-me: Ri quando eu quero, e de quanto eu queira (…). E não só o povo pequeno. Mesmo os de sangue. Até sua Majestade já se debruça, enfeita e pendura em o Judeu, com outros mui altos o discutindo e por causa dele todos folgando…O Judeu sou eu!
Esta, esta é a realidade.”

Bernardo Santareno, O Judeu (1966) Lisboa: Ática, 1995


“O século, em que estamos, é burlesco, e se o não é para todos, o é para nós. Digam os cultos o que quiserem, se é que se podem entender estes cultos.”
(O Cego Astrólogo António Pequeno, prognóstico particular para o ano de 1742)

José Oliveira Barata, in História do Teatro em Portugal, Lisboa: Difel, 1998


“ O Barroco é profundamente sensorial e naturalista, apela gozosamente para as sensações fruídas na variedade incessante do mundo físico (…) é uma arte acentuadamente realista e popular, armada de um poderoso ímpeto vital, comprazendo-se na sátira desbocada e galhofeira.”
Maria Lucília Gonçalves Pires/ José Adriano de Carvalho, in História da Literatura Portuguesa, Lisboa: Verbo, s/d

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