quarta-feira, julho 19, 2006

Luz

A peça varia entre dois espaços: o espaço interior, estabelecido somente por uma luz geral porque é um local que se define quando o habitamos; e o espaço exterior, onde tudo pode acontecer – é o local de aventuras, que ora ocorrem de dia ou ao nascer da aurora, bem como durante a noite.

É a luz que inicia o espectáculo e o público invade o palco durante a construção das personagens. A cena vai sendo progressivamente «pintada» pela relação do claro-escuro, dando vida às sombras e não expondo em demasia. Quando o coro se forma, já vemos nitidamente os Quixotes e Sanchos que temos perante nós.

As aventuras do par Quixote e Sancho ocorrem sob a aura do rubicundo e os raios de sol trespassam as árvores. Na ilha de Sancho Pança o público transforma-se em audiência perante um tribunal. Nas árias os quadros paralisam e é criada a verdade da ilusão.
No final, a luz que lentamente vai iluminando o telhado oferece-nos o céu perante a queda de D. Quixote. Seu companheiro, Sancho, saí pelo túnel iluminado sem que nos apercebamos para onde irá.

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